MOSTRA [CIBER]COSTURA NO SESC - CENOTRAK - Nov / 10



Desde o dia 18 de novembro, o SESC Pompéia, em São Paulo, abriu um cibernético ateliê de vestíveis dentro da programação da Mostra SESC de Artes. Abaixo, texto de Guto Requena - que concebeu a cenografia e direção de arte do espaço. O ateliê tem a curadoria de Gabriela Carneiro. Vale a pena ver.

“O projeto para cenografia e direção de arte do “Ateliê de [Ciber]costura” incorpora em sua essência elementos de universos aparentemente distintos, que, com o recente avanço das novas tecnogias de informação e comunicação, passam a se mesclar: o orgânico e o maquínico, o analógico e o digital, a natural e o artificial, o concreto e o virtual. A cenografia deveria abrigar num espaço reservado de 250 metros quadrados o complexo programa expositivo de arte e tecnologia do “Ateliê de [Ciber]costura, que é parte de um dos maiores eventos anuais de arte da cidade de São Paulo – A Mostra SESC de Artes 2010. Cinco obras de computação vestível, palestras, workshops e oficinas, acontecem neste espaço, além de uma área reservada para os artistas realizarem testes e reparos para suas performances.A exposição acontece no SESC Pompéia, certamente um dos edifícios de maior relevância arquitetônica do Brasil, com projeto da arquiteta Lina Bo Bardi, inaugurado em 1982. Nossa cenografia estabelece um diálogo profundo com este edifício, numa relação paradoxal de estranhamento e integração. Uma longa superfície translúcida se desenrola pelo espaço, com suas dimensões, ângulos e proporções calculados para relacionarem-se com o entorno, rasgando o prédio ao meio e criando as áreas reservadas necessárias para o programa.Esta parede translúcida é uma membrana interativa que responde aos estímulos do ambiente, mudando de cor graças aos diversos sensores que captam movimento e nível sonoro das pessoas que transitam pelo prédio. Cores e padrões gráficos distintos convidam a reflexão do público sobre a maneira que ocupam, passeiam e se comportam dentro deste espaço. Essa pele interativa realça e une 3 corpos: visitantes, espaço e as 5 obras vestíveis. Com referência à memória dos ateliês de costura de avó, a cenografia incorpora elementos de impacto afetivo nos visitantes, adquiridos em lojas de aviamentos e depósitos de móveis usados, como a seleção de cadeiras gastas pelo tempo, porcelanas decorativas, máquinas de costura, novelos de lã, agulhas de tricô e o imenso patchwork de tapetes. Essa camada temporal soma-se aos elementos de alta tecnologia que permeiam nosso atual cotidiano: chips, microcontroladores, LEDs e transistores“.

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